Percorrer a França
O território francês em sua totalidade e em seus componentes regionais foi continuamente objeto da atenção e reflexão de Vidal. O projeto editorial do Tableau de la géographie de la France, que começou em 1888, sem dúvida sistematizou seu programa de renovação. Mesmo após sua publicação, em 1903, Vidal mantém-se fiel a esse programa, a despeito das grandes mutações técnicas, econômicas e políticas que se sucedem nos anos do pré-guerra, na belle époque. Ele escreve sobre “A França de amanhã”. A malha ferroviária é ampliada a partir do programa de Freycinet (lei de 17 de julho de 1879, que projetou 181 linhas). Com isso, abrem-se novas regiões ao horizonte. Considerando a totalidade de seus cadernos, constata-se que ele realmente esteve por toda a França, utilizando as novas linhas da época, das quais muitas já não existem.
Assim, ele se lança às Ardennes, segue pela via férrea adentrando o vale do Meuse, desce do trem e sobe a pé em direção ao planalto. Suas notas servirão à redação da sequência sobre as Ardennes do Tableau de la géographie de la France.
Caderno [13], registro 32. No planalto das Ardennes, os meandros do rio fixam as cidades.
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A França. Tableau géographique (1908), prancha 13. “Tipos de cidade das Ardennes”.
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Nós o encontramos também no País Basco, percorrendo então “em todos os sentidos essa região da França, anotando de Sul a Norte, de Leste a Oeste, as variedades, as nuanças infinitas que compõem a região”, como ele dizia também na introdução do Tableau.
Caderno [14], registro 39. No País Basco, uma montanha habitada. Na página da direita, uma paisagem de Cambo.
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Panorama tomado do Alto – Cambo. Auguste Léon, Arquivos do Planeta, Museu Departamental Albert Kahn.
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